Uma antítese à moda
A produção destas mulheres seminuas se dava com diversos materiais orgânicos que eu coletava: folhas secas, cascaras de árvore, raízes, tecelagens e cachos de palmeiras etc. Eu pintava as mulheres escolhidas a serem fotografadas com lama, pigmentos do minério de ferro, folhas de ouro. A floresta e os campos ferruginosos eram minha inesgotável fonte de inspiração, coleta e composição. Para A Anima Brasilis escolhia pessoas que geralmente nao eram dançarinas e nem atrizes. Conscientemente explorava no retrato, campo da não intencionalidade.
Moda e Espiritualidade
Eu integro a arte, o trabalho, a moda e a espiritualidade no meu estilo de vida e no meu cotidiano: crio imagens, pinto-as, medito e danço o samba quase que diariamente, crio algumas das minhas roupas, indumentárias, subo em árvores, Me empenho deliberadamente em atividades político-sócio-educativas, com a mesma intenção.
Na natureza eu busco criar imagens humores e atmosfera.
No retrato eu pretendo fotografar estados interiores e semblantes.
“ Heloisa Oliveira cria suas fotografias surpreendentemente surreais através de técnicas compostas e outras para produzir imagens oníricas que são posteriormente pintadas à mão.
O trabalho surge das combinações de flashes do inconsciente coletivo da distintiva e vibrante cultura brasileira e sua exuberante natureza. As diferentes culturas do Brasil miscigenadas geram um amálgama de suas qualidades e atributos singulares . O resultado desse processo dinâmico é a particular refulgência e intensidade da alma universal brasileira.”
Loretta Young Gautier: Galeria Câmera Obscura - Denver USA
Capturando poesia em movimento
"Pela primeira vez, talvez uma das características mais distintas da cultura do Butão e a tradição central do movimento ritual, foram documentadas em fotografias pintadas à mão, que capturam o transe no qual os dançarinos de máscaras se movem. O diretor da Academia de Artes de Honolulu, Havaí, Stephen Little, que estava presente durante a abertura, disse: "As fotografias de Heloisa transmitem a beleza, o poder e o mistério de uma forma cada vez mais rara de movimento sagrado, mais intacta no Butão do que qualquer outra Parte do Himalaia.”